Cartel de drogas mexicano hackeou telefone do FBI para matar informantes – relatório
Um hacker contratado pelo cartel de Sinaloa conseguiu acessar registros telefônicos e dados de geolocalização de um agente sênior do FBI no México, de acordo com um relatório recente do Escritório do Inspetor Geral do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ).
O incidente, ocorrido em 2018, permitiu que a organização criminosa monitorasse os movimentos do agente e ameaçasse informantes, destacando a crescente ameaça cibernética representada por cartéis de drogas.
Detalhes do ataque cibernético
O hacker do cartel teve acesso a informações sensíveis do FBI e à rede de CFTV da Cidade do México, possibilitando rastrear encontros do agente e identificar indivíduos ligados às investigações.
Alguns desses informantes foram posteriormente intimidados ou mortos.
O ataque ocorreu durante uma operação de grande repercussão contra Joaquín “El Chapo” Guzmán, líder do cartel de Sinaloa, que havia sido preso no México em 2016 e extraditado para os EUA, onde cumpre prisão perpétua mais 30 anos.
Impacto do ataque e ameaças cibernéticas
Segundo o relatório do DOJ, o incidente evidencia como os avanços tecnológicos em vigilância, agora acessíveis a grupos criminosos, representam uma ameaça “existencial” para agências de inteligência como o FBI e a CIA.Mesmo após a captura de El Chapo, o cartel continuou suas operações, com outros líderes assumindo o controle e mantendo o fluxo de drogas para os Estados Unidos.
Resposta do governo Trump
Após assumir novamente a presidência em janeiro, Donald Trump adotou uma postura linha dura contra os cartéis mexicanos.
Entre as ações destacam-se:
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Designação de cartéis, incluindo Sinaloa, como Organizações Terroristas Estrangeiras (FTOs);
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Sanções a instituições financeiras mexicanas acusadas de lavagem de dinheiro;
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Possibilidade de ataques com mísseis contra laboratórios de drogas;
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Operações de vigilância com drones conduzidas pela CIA.
Essas medidas visam enfraquecer o poder dos cartéis, mas têm gerado tensão diplomática com o México.
Reações e tensões com o México
A presidente mexicana Claudia Sheinbaum criticou as ações de Washington, argumentando que muitas alegações carecem de evidências.
Ela também alertou contra violações da soberania mexicana, destacando a necessidade de cooperação e respeito mútuo nas operações de combate ao tráfico.
O ataque cibernético do cartel de Sinaloa contra o FBI evidencia a sofisticação crescente das organizações criminosas e o risco que representam para agentes, informantes e a segurança nacional.
As ações do governo Trump, embora contundentes, reforçam a tensão entre os EUA e o México e destacam os desafios de combater cartéis poderosos em um mundo cada vez mais digital e globalizado.
