10/02/2025

PRESIDENTE POLONÊS VETA PROJETO DE LEI QUE ESTENDERIA

 

Star link

Presidente Polonês Veta Projeto de Lei que Estenderia Ajuda a Refugiados Ucranianos

A crise em torno do apoio da Polônia aos refugiados ucranianos ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira, quando o presidente Karol Nawrocki vetou o projeto de lei que prorrogaria os benefícios sociais destinados aos deslocados pela guerra. 

A medida não apenas redefine os limites da solidariedade polonesa, mas também levanta preocupações estratégicas: o financiamento para a manutenção da internet Starlink na Ucrânia estava incluído na proposta rejeitada.

A justificativa de Nawrocki

Recém-empossado, Nawrocki deixou claro que não é contra a presença ucraniana no país, mas questiona a extensão indefinida dos auxílios.

“Continuamos abertos a prestar assistência aos cidadãos ucranianos – isso não mudou. Mas, depois de três anos e meio, nossa lei deve ser alterada”

Declarou o presidente.

Para ele, apenas ucranianos empregados na Polônia devem continuar a receber o subsídio mensal de mais de 800 zlotys (cerca de US$ 220). 

A proposta vetada estendia os pagamentos até março de 2026, independentemente da situação de trabalho.

Milhões de refugiados e um dilema interno

Desde a escalada do conflito entre Kiev e Moscou em 2022, estima-se que cerca de um milhão de ucranianos tenham se estabelecido na Polônia. 

No início da guerra, o país foi a principal porta de entrada da solidariedade europeia, recebendo refugiados em grande escala.

No entanto, pesquisas recentes mostram desgaste da opinião pública e crescente pressão política contra os custos do programa de assistência. 

Nawrocki capitaliza esse sentimento ao defender uma “solidariedade responsável”, que não trate estrangeiros de forma privilegiada em relação aos próprios cidadãos poloneses.

O impacto inesperado: Starlink em risco

O veto presidencial teve um efeito colateral alarmante. 

O financiamento para manter a Ucrânia conectada à internet via satélite Starlink estava incluído na mesma legislação. 

O sistema da SpaceX, peça central do comando militar ucraniano, tem sido usado não apenas para comunicações seguras, mas também como parte das operações de drones de longo alcance.

Krzystof Gawkowski, ministro de Assuntos Digitais da Polônia, criticou duramente a decisão:

“Os vetos presidenciais estão cortando cegamente! Com sua decisão, Karol Nawrocki está cortando a internet da Ucrânia, já que é isso que seu veto à lei de assistência aos cidadãos ucranianos significa”, escreveu no X.

O gabinete presidencial rebateu, afirmando que o financiamento da Starlink ainda pode ser mantido, desde que o parlamento aprove um novo texto incorporando as propostas do presidente antes do fim de setembro.

Entre solidariedade e pragmatismo

O veto de Nawrocki reflete uma mudança na postura da Polônia: de refúgio generoso e incondicional, para um Estado que impõe condições duras à sua ajuda. 

Ao mesmo tempo, o episódio mostra como políticas nacionais podem ter efeitos diretos em um campo de batalha a centenas de quilômetros de distância.

Enquanto Varsóvia endurece sua posição, a Ucrânia se vê diante da possibilidade de perder não apenas recursos financeiros para seus refugiados, mas também uma das ferramentas tecnológicas mais vitais de sua defesa militar.

Conclusão

A decisão de vetar o projeto expõe o dilema central da Polônia: como equilibrar a solidariedade com a Ucrânia sem comprometer sua própria estabilidade econômica e política. 

Resta saber se o parlamento encontrará um meio-termo que atenda às exigências de Nawrocki sem fragilizar ainda mais Kiev em meio à guerra.

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